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Passear na escuridão silenciosa de um parque deserto durante a noite sem medo (ou lutando para vencê-lo) parece ser a prova de fogo para a coragem inconsequente de adolescentes. Quando, ao fazer uma curva, esse tal adolescente se depara com um vulto que parece estar parado no meio do caminho olhando em sua direção, a coragem cai, finalmente, por terra. Mas não que ela dê lugar ao medo… ela simplesmente se torna um adereço desnecessário! Com a proximidade, o vulto sai da penumbra revelando aos poucos sua identidade verdadeira e despreocupada: uma velha senhora que, sem sono, passeia tarde da noite seu cachorrinho de estimação e espera paciente que ele faça suas necessidades segurando um saquinho plástico na mão, pronta para recolher as sujeiras de seu querido do passeio público.

O Parque Municipal da metrópole mais segura do mundo, o Stadtpark, foi inaugurado por seu prefeito em 1862 ocupando um espaço de 65.000 metros quadrados (28 acres) no coração de Viena. Até então os parques vienenses eram todos parte dos jardins dos palácios e castelos da aristocracia mas o então prefeito Andreas Zelinka achou que estava na hora de dedicar pelo menos uma parte do espaço da cidade ao lazer de sua parcela de habitantes sem sangue azul.

Hoje, o Stadtpark de Viena é um cartão postal da cidade. Um não, vários! Ali estão estátuas famosas que atraem olhares do mundo todo para uma rica história cultural de um país que ainda colhe os frutos (sim, financeiros!) da valorização de sua cultura… os compositores Strauss e Schubert, assim como Lehár e Stolz. É possível passear no parque a qualquer hora do dia ou da noite, sozinho ou acompanhado, para passear seu cachorrinho ou beber com amigos. O parque é público, dedicado ao povo e ocupado por ele, sem restrição, observadas as devidas regras de convivência. Para muitos, regras surpreendentemente “permissivas”, em vista de tudo o que acontece ali. Mas realmente não é esse o caso… a regra principal é respeitar valores diferentes e o direito de assumir a responsabilidade de seus próprios atos. E assim um simples passeio noturno para aliviar as necessidades do seu cachorrinho se torna um exercício de cidadania. O que eu fazia lá durante a madrugada? Fotos para esse blog, ué…

Walking in the silent darkness of a desert park during the night without fear (or fighting against it) seems to be the fireproof for the inconclusive juvenile courage. When this certain adolescent turns the corner and stops before a static shadow looking in his direction, the courage finally leaves him. Not because it looses space for fear… it simply reveals itself as a totally unnecessary ornament! Getting closer and closer the shadow moves out of the darkness and shows its real and carefree identity: a sleepless old lady walking her little dog awaits paciently until it finishes relieving its needs. In her hands, a plastic bag to collect the filth of her beloved from the public ride.

The City Park of the world’s safest metropolis, the Stadtpark, was opened by its major in 1862 with a total surface of 65.000 square meters (28 acres) in the heart Vienna. Until that date viennese parks were all part of aristocratic palaces’ and castles’ gardens but the major Andreas Zelinka thought it was already time to dedicate at least a certain amout of city space to that part of its inhabitants without blue blood.

Nowadays Vienna’s Stadtpark is a postcard of the city. Not one, but many! There you find famous statues that attract looks from all around the world to a rich cultural history of a country that until today collects the fruits (yes, financial!) from valueing its culture… composers Strauss and Schubert, as well as Lehár and Stolz. It is possible to walk in the park at any time of the day or night, alone or not, to walk your dog or drink with friends. The park is public, dedicated to people and taken by them, without retrictions, as long as you observe some coexistence rules. For many, these rules are surprisingly “permissive”, considering everything that happens there. But that is really not the case… the main rule is respecting diferent values and the right to take responsability for your own’s acts. That’s how a simple nightly walk to relieve the needs of your little dog becomes an exercise of citizenship. What I was doing there in middle of the night? Photos for this blog, of course!